História do Carnaval Antes de 2000

Em 1998, Em homenagem a Dodô e Osmar, fobica volta ao Carnaval e é inaugurado um monumento na Praça Castro Alves. Márcia Freire volta a comandar bloco Cheiro de Amor, que inova e lança abadá diferenciado para cada dia de folia, o que leva outros blocos a adotarem novo modelo. Bloco Beijo retorna à folia com Gilmelândia. Carlinhos Brown retoma projeto da Caetanave (construído por Orlando Campos em 1972) e traz novo equipamento para as ruas. Cacique do Candeal protagoniza momento inesquecível no circuito Barra/Ondina ao descer do trio e se postar aos pés do cantor Milton Nascimento para compor dueto na interpretação de “Canção da América”. “30 Anos de Tropicália” é homenageado.

Em 1997, Outro pai do trio elétrico, Osmar Macedo, falece e seu sepultamento é realizado com cortejo de trios elétricos passando na Praça Castro Alves. Pela primeira vez, é gravado disco ao vivo diretamente do Carnaval de Salvador: “É festa”, do Chiclete com Banana, pelo estúdio WR. Asa de Águia, com Durval Lelys, deixa o bloco Crocodilo. Timbalada lança música “Latinha”, de Carlinhos Brown e Alain Tavares (do disco “Timbalada Mineral”), e emplaca seu primeiro grande sucesso. Barra torna-se circuito de fato após Daniela Mercury, já consagrada como a Rainha do Axé, desfilar com o bloco Crocodilo recém adquirido e instalar um camarote para convidados, além do surgimento de blocos alternativos para atender um público mais jovem e obter prioridade na nova fila de desfile. Carnaval de Salvador faz homenagem a Jorge Amado.

Em 1996, Após abertura para carreira internacional com Paul Simon, Olodum abre suas portas de vez para o mundo ao gravar o videoclipe They don’t care about us com o cantor Michael Jackson no Pelourinho, dirigido pelo cineasta norte-americano Spike Lee. Márcia Freire deixa o bloco Cheiro de Amor e passa para carreira solo. Carla Visi, substituta de Daniela Mercury na Companhia Click, assume o comando do Cheiro. Carlinhos Brown cria o Candyall Guetho Square para realização dos já costumeiros ensaios do bloco Timbalada. Ainda neste ano, Brown deixa a Timbalada e segue carreira solo com o lançamento do disco “Alfagamabetizado”.

Em 1995, Ricardo Chaves deixa o bloco Crocodilo, que passa a ser puxado pelo Asa de Águia, com Durval Lelys. Com pinturas tribais e estética afro diferenciada no figurino, Timbalada desfila em cima do trio na Avenida com mais de 200 timbaleiros no chão e estreia no circuito Barra/Ondina como bloco alternativo, usando além do timbau, instrumentos não convencionais como latas, baldes e tampas de panela. Novo pagode chega ao Carnaval de Salvador, com a estreia do grupo É o tchan (oriundo da banda Gera Samba) no bloco Traz a Massa e provoca o surgimento de coreografias sensuais com as dançarinas Carla Perez, Débora Brasil (que viriam a ser substituídas por duas Sheilas, uma loira e outra morena) e o dançarino Jacaré. O concurso para substituição das dançarinas coloca o grupo conhecido nacionalmente. Tema: “Zumbi dos Palmares”.

Em 1994, Com o disco “Araketu é bom demais”, Araketu passa a ganhar reconhecimento da mídia nacional e abre as portas para programas de auditório. Muitos blocos passam a adotar os abadás, decretando o fim das mortalhas, que já vinham sendo transformadas em batas acima do joelho pelo foliões, principalmente, pelas mulheres. Pela primeira vez, a Prefeitura decide realizar o Carnaval no Centro Histórico de Salvador, que está sendo completamente restaurado. Cerca de 600 mil turistas (10% estrangeiros) participam da folia, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Governo municipal também volta a cadastrar imóveis para aluguel de temporada no período momesco, retomando uma prática interrompida há 10 anos. Prefeitura e Comcar realizam “I Festival para Escolha da Música Tema Oficial do Carnaval de Salvador.

Em 1993, Bloco Crocodilo se consagra com Ricardo Chaves e o lançamento da música “É o bicho”. Asa de Águia começa a puxar o bloco Eva, que resolve mudar a mortalha pelo abadá. Araketu grava seu segundo disco e primeiro no Brasil, o LP “Araketu de Periperi” pelo selo ETI. Tema: “Salvador, terra dos orixás”. É criado o primeiro abadá (camisa em iorubá), produzido por Pedrinho da Rocha, referência da moderna estética do Carnaval de Salvador, para o bloco Eva.

Em 1992, É feita votação popular com a proposta de um novo circuito no Carnaval de Salvador no trecho da orla de Jardim de Alah, que não é aceita. Coordenador executivo do Carnaval pelo Comcar, Alberto Tripodi, institui o circuito Barra/Ondina, passando pela primeira vez a ter programação oficial e fim do desfile no palco em Ondina. Orlandinho, filho de Orlando Campos, resgata trio Caetanave e presta homenagem a seu pai, promovendo encontro de gerações. Daniela Mercury grava o disco “O canto da cidade”, que lhe rende o título de Rainha do Axé com a venda de um milhão de discos. Ivete Sangalo assume o bloco Eva, até então comandado por Ricardo Chaves, que passa a puxar bloco Crocodilo. Araketu grava seu primeiro disco na Inglaterra e inicia turnê internacional. Após emplacar “A vida é festa” como trilha sonora de novela global, Netinho deixa o bloco Beijo. Neguinho do Samba cria bloco Didá, formado apenas por mulheres.

Em 1991, Carlinhos Brown lança, no bairro do Candeal, em Salvador, a banda Timbalada – dona de um ritmo próprio, tendo o timbau em sua essência. Chiclete com Banana passa a puxar o bloco Camaleão. Jorge Zarath comanda o bloco Pike. Primeira atuação oficial do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), tendo Aloísio Adolfo Nery como coordenador executivo da festa.

Em 1990, Trio elétrico completa 40 anos. É criado o Conselho Municipal do Carnaval, com atribuições deliberativas e fiscalizadoras, tendo 25 segmentos do trade carnavalesco e eleição de coordenador executivo da festa. Federação Baiana dos Clubes Carnavalescos compra da Rádio Excelsior os direitos de promover eleição do rei momo, que passa ser escolhido por voto popular. Olodum grava faixa no novo disco de Paul Simon, The Rhythm of the Saints nas escadarias do Passo, rendendo convites para turnês internacionais. Com fusão da percussão e instrumentos de corda e tecnológicos, bloco Araketu passa a desfilar com trio, puxado por Tatau. Netinho se apresenta antes e depois dos jogos do Brasil na Copa do Mundo na Itália em trio elétrico baiano. Ricardo Chaves puxa o bloco “Os Corujas. Novos Baianos voltam a desfilar com composição original.

Em 1989, Netinho ensaia carreira de apresentador de TV, no programa “Som 4”, da TVE Aratu, com Daniela Mercury. “Brilho de Beleza”, sucesso afro-reggae do bloco Muzenza, é cantado por Caetano Veloso no Canecão (RJ) em homenagem a Nara Leão, falecida na véspera do show. É realizada a primeira micareta fora da Bahia: o Micarande, em Campina Grande, na Paraíba.

Em 1988, É criado o trio elétrico espacial, com palco giratório e elevado automático. Pela primeira vez, um bloco afro de grande porte, o Olodum, desfila na Barra – o ano da comemoração alusiva aos 100 anos da abolição da escravatura no Brasil, com o tema “Bahia de Todas as Áfricas”. Ricardo Chaves passa a puxar bloco Eva. Bloco Beijo, por onde passou Moby Dick e Luiz Caldas (banda Acordes Verdes) ganha visibilidade com Netinho com o sucesso “Beijo na boca”. Marcionílio passa a comandar o bloco Pike. Novamente, Carnaval de Salvador é coordenado pelo famoso poeta e letrista Waly Salomão. Banda Mel lança “E lá vou eu”. Publicitário Nizan Guanaes grava jingle e clipe “We are the world of Carnaval” com vários artistas para promoção do turismo e da folia. Samba reggae surge e faz sucesso na Avenida com “Eu sou negão”, de Gerônimo.

Em 1987, Novo gênero musical baiano passa a se chamar Axé Music – rótulo criado, de forma satírica, pelo jornalista baiano Hagamenon Brito. Bloco Crocodilo, nascido nos Maristas como Eva, desfila pela primeira vez na Avenida. Puxado por Jorge Zarath com frevos, bloco ganha mídia nacional com dança do crocodilo feita espontaneamente pelos seus integrantes. Chiclete com Banana se torna maior referência do Carnaval com o disco “Grito de Guerra”. Márcia Freire assume Cheiro de Amor (até este ano com o nome Pimenta do Cheiro), que grava seu primeiro LP. Barra ganha palco para criançada no domingo e segunda da folia. Olodum leva o tema Egito para Avenida e “Faraó”, de Luciano Simões, se torna a música mais interpretada pelos trios. Famoso poeta e letrista Waly Salomão coordena o Carnaval e traz aporte cultural. Sarajane se consagra com a música “A roda”, faixa do disco “História do Brasil”.

Em 1986, Trio elétrico Armandinho, Dodô e Osmar vai para a Copa do Mundo do México e, na volta, percorre várias cidades da Riviera Francesa, terminando em Lion. “Halley no céu e o Fricote na terra” é escolhido tema do carnaval em homenagem ao cometa Halley (que poderia ser visto da terra no domingo de Carnaval) e ao sucesso de Luiz Caldas. Surgem os blocos Pike (comandado por Peri) e Frenesi, com a banda Top 69. Papa Léguas se consagra pentacampeão do Carnaval no concurso oficial da Prefeitura, com as bandas Made in Bahia e Furta Cor. Barra começa a se firmar como futura opção de circuito, com Luiz Gonzaga e Dominguinhos no trio “Carnaforró”, apresentação de Moraes Moreira no Farol (após quatro anos de ausência) e encontro de trios na orla com Pinel, Mel, Traz os Montes, Camaleão e Novos Baianos. Tema: “Um canto à Bahia”.

Em 1985, Mistura da musicalidade dos trios elétricos com tambores, frevo baiano com samba reggae, e influência dos ritmos caribenhos, ijexá e pop proporciona criação de um novo movimento musical, que dois anos mais tarde passaria a ser denominado como Axé Music. Novo gênero musical surge com sucesso do disco “Magia”, gravado por Luiz Caldas no estúdio WR, e a música “Fricote”, na qual o cantor introduz os teclados, desbancando a guitarra baiana, até então única estrela da festa. “Magia” abre o mercado nacional aos produtores baianos e WR passa a priorizar gravação de discos de artistas baianos exclusivos para a folia. Então maior expoente do novo movimento musical, Luiz Caldas passa a puxar o bloco Camaleão, onde ficaria por 6 anos. Bloco Tiete Vip’s é criado e chama atenção pelas mortalhas e Sidney Magal como folião. Tema: “Homenagem a Jorge Amado”. Sarajane se despede dos Novos Bárbaros.

Em 1984, Carnaval de Salvador completa 100 anos. Câmara põe fim ao entrudo e estabelece modelo de desfile, como folias europeias, com temas-enredo e alegorias. Pela primeira vez, são montadas arquibancadas com estruturas tubulares, tecnologia que permitiria espaços como camarotes. Prefeitura inicia captação de recursos com iniciativas privadas e campanha para atração de turistas. Carnaval na Barra ganha visibilidade com chegada do Rei Momo de barco. Folia é aberta com antigas marchinhas, incluindo hino oficial Colombina. Desfile de carros alegóricos e convite do Trio Papaléguas (com Ademar/Furta Cor) a foliões para dançarem Quinta Sinfonia de Beethoven de rostos colados na Castro Alves marcam convergência de todos ritmos. Após três anos, Olodum volta a sair no Pelourinho e Novos Baianos se despede de encontro de trios.

Em 1983, Aparecem cerca de 30 a 40 ritmos novos. Trio elétrico construído na Itália é inaugurado na Pizza Navona diante de 80 mil pessoas ao som de Armandinho, Dodô e Osmar trieletrizado: o “Império Romano”. Acontece o primeiro Carnaval da Barra. Blocos Eva, Traz os Montes e Camaleão saem no sábado à tarde com seus trios elétricos para testar equipamentos, no sentido Ondina/Barra (ao contrário do que é hoje), assim como bloco Pinel com Durval Lelys e Ricardo Chaves. Não há cordas, mas atrás de cada trio seguem seis caminhões e pessoas com camisetas podem subir. Surgem os blocos Beijo, Mel (que ganha projeção nacional com os grandes sucessos “Prefixo de verão” e “Baianidade Nagô”) e Traz a Massa, que estreia Bell como vocalista do Chiclete com Banana (nova denominação da antiga banda Scorpius, que animava Traz os Montes).

Em 1982, Registra-se a presença de tanta gente nas ruas de Salvador que os tradicionais frequentadores da Praça Castro Alves (intelectuais, profissionais liberais e travestis) ficam irritadíssimos com a invasão do tradicional reduto liberal. Neste ano, a mortalha começa a desaparecer como indumentária carnavalesca, tendo como opção o short, bermuda ou macacão. Bloco Cheiro de Amor desfila pela segunda vez na Avenida, mas desta vez passa a borrifar água perfumada com atomizadores de cima do carro principal. Nascido na Liberdade como dissidência do Olodum, Muzenza estreia na Avenida com as cores da Jamaica em homenagem a Bob Marley. Tema: “Esperando a copa”.

Em 1981, Novo trio de Armandinho, Dodô e Osmar tem como tema a música “Vassourinha Elétrica”, que torna-se sucesso de vendagem em todo o país. Novos Baianos é comandado pela única cantora de trio, Baby Consuelo, e Moraes Moreira grava novo disco com trio de Dodô e Osmar. Bloco Eva é criado e implanta novo sistema de sonorização dos EUA, o que provoca investimento de outros blocos. Governador assina decreto determinando suspensão do expediente nas repartições públicas na sexta-feira anterior ao carnaval. Surge o bloco Cheiro de Amor com Pimenta do Cheiro (Laurinha Arantes e Gilton) e seus integrantes vestindo macacão distribuem rosas às mulheres na Avenida. É criado o Povo do Ketu (que passaria a se chamar Araketu), bloco afro do Subúrbio com 250 integrantes e mais de 50 componentes na bateria.

Em 1980, Trio elétrico Traz os Montes desfila, pela primeira vez, nas ruas de Salvador, firmando-se como o que mais introduziu novidades técnicas ao Carnaval, com aparelhagem “transistorizada”. Com arranjo especial de Armandinho, “Beleza Pura”, de Caetano Veloso, é a música mais executada pelos trios. Olodum vai às ruas do Pelourinho pela primeira vez. Nasce o Bloco Eva, a partir da união de 11 amigos do Maristas, que comandavam o grêmio e presença frequente num sítio na Estrada Velha do Aeroporto (daí o nome). Surge o bloco Pinel, tendo um de seus fundadores o então guitarrista Durval Lelys. Malê Debalê desfila pela primeira vez na Avenida. Rio de Janeiro abre suas festividades com batalha de confete em Madureira e trio elétrico Tapajós. Em Natal (RN), carnaval passa a contar com três trios elétricos baianos.

Em 1979, Três trios da empresa Tapajós são contratados por entidades carnavalescas de Salvador. Na festa comemorativa do tricampeonato do Flamengo, o trio Tapajós é contratado para, ao som de um frevo especialmente composto por Moraes Moreira, arrastar uma verdadeira multidão de torcedores do Maracanã até a Gávea, no Rio. É fundado por moradores de Itapuã o bloco afro Malê Debalê, estreando na Avenida no ano seguinte. O nome, escolhido por consulta popular, é em homenagem aos malês, negros muçulmanos chegados à Bahia como escravos – em 25 de janeiro de 1835 aconteceu a maior revolta escrava urbana conhecida como Revolta dos Malês. Encontro entre o afoxé e o trio elétrico, com a música “Assim pintou Moçambique”, de Moraes Moreira e Antônio Risério, desencadeia o afoxé “eletrizado” da música baiana atual. Tema: “Bahia terra dos afoxé”. Bloco “Os Internacionais” volta a desfilar com trio elétrico.

Em 1978, Morre Dodô, um dos pais do trio elétrico. Seu sepultamento é acompanhado pelo trio Tapajós, envolto numa enorme faixa preta em sinal de luto, executando Ave Maria de Gounot e marcha fúnebre de Choppin, além do Hino ao Senhor do Bonfim. Nasce o bloco afoxé pop Badauê (Mensageiro do Céu ou da Alegria). Do Engenho Velho de Brotas, desfilaria pela primeira vez no ano seguinte, mas o bloco se tornaria o de maior visibilidade e representatividade da folia, exaltado pelos mais expressivos cantores e músicas-temas de referência. Sérgio Bezerra cria a banda Habeas Copos, de sopro e percussão, para animar a véspera do Carnaval na Barra, onde havia um bar com o mesmo nome desde 1976. Uso da máscara, adereço indispensável nas fantasias de carnaval, começam a desaparecer. Moraes Moreira é consagrado Rei do Carnaval.

Em 1977, Trio elétrico Tapajós anima também o Carnaval em Brasília. Com lançamento da música “Pombo Correio”, o trio elétrico Dodô e Osmar é especialmente decorado com uma gigantesca ave branca afixada na proa do veículo, que bate as asas ao ritmo instrumental do trio. Escolas de samba deixam de desfilar no Carnaval de Salvador. Tema: “Bahia de todos os encantos”. “Os Internacionais” passa a desfilar com trio elétrico (primeiro, Tapajós e depois, Novos Baianos), mas os associados não agradam da novidade, o que faz com que o bloco volte a contratar ritmistas e músicos de sopro no ano seguinte. Baby Consuelo embala o hino do Bahia e se torna a primeira mulher a cantar em cima de um trio elétrico. Escolas e grupos carnavalescos sofrem impacto da restrição da polícia – pelo alto número de ocorrências, limita o número de participantes.

Em 1976, Tapajós anima carnavais de Salvador, BH e Santos. Surge a empresa Tapajós Promoções Artísticas e Publicidade Ltda. Em show na Concha Acústica, Armandinho lança a guitarra de dois braços. Trio Novos Baianos causa revolução no cenário musical, com repertório popular e mudanças na sonorização: dos tradicionais amplificadores de válvulas e das cornetas Sedam para caixas acústicas, twiters e cornetas Snak. Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia formam “Os Doces Bárbaros”. Surge o bloco Papa Léguas. Ilê inicia seu concurso de rainha (Deusa do Ébano). Gil se torna patrono e articulador cultural do bloco Filhos de Gandhy, que volta a desfilar após dois anos com o cantor baiano. Bloco “Os Internacionais” ganha visibilidade no filme “Dona Flor e seus dois maridos”, baseado na obra de Jorge Amado. Blocos de índios são fortalecidos.

Em 1975, Fobica volta às ruas para comemorar o Jubileu de Prata do trio elétrico e seus inventores. Dodô e Osmar gravam o disco Jubileu de Prata (tendo como uma das faixas “Pombo Correio”) com Moraes Moreira, que faz sua estreia em cima do trio elétrico Novos Baianos com Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. Especialmente montados e decorados para a parada, os trios saem do Campo Grande e chegam até a Praça Castro Alves, onde executam em conjunto o “Parabéns a Você”. Em seguida, a dupla recebe o troféu comemorativo pela criação da “máquina de gerar alegria” e despede-se instrumentalmente do Carnaval. Souza Cruz contrata dois trios da Tapajós para a cidade do Rio de Janeiro.

Em 1974, Após longa ausência, Dodô e Osmar retornam ao Carnaval com nova formação (Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar) e gravam o disco “Jubileu de Prata” em comemoração aos 25 anos do trio. Tapajós – que havia já seis LPs e dois compactos – vai animar o Carnaval de BH. Do Curuzu/Liberdade, nasce o bloco Ilê Aiyê retomando a tradição ancestral dos enredos temáticos, tendo como primeira música “Que Bloco é esse”, de Paulinho Camafeu. Por aceitar só negros como integrantes e, em seu primeiro desfile, sair com cartazes em apoio à negritude acaba sendo taxado como bloco racista pela mídia, mas “o mais belo dos belos” se tornaria símbolo da cultura africana com seus atabaques, tambores, enredo e figurinos comandados por Vovô (Antônio Carlos dos Santos), um de seus fundadores. Também é criado o bloco de índio Comanches.

Em 1973, Trio Tapajós anima o Carnaval de Curitiba.

Em 1972, Tapajós homenageia Caetano Veloso, pela sua volta do exílio em Londres, com o lançamento da “Caetanave”, um trio com linhas arquitetônicas arrojadas, uma verdadeira obra de arte que, que com a devida proporção dos tempos, até hoje não superada. Um histórico encontro na Praça Castro Alves ocorre entre Osmar – tocando no trio elétrico Caetanave – e Armandinho, que se apresenta em cima do trio Saborosa, fazendo o “Desafilho”. Nas ruas, o público aprecia os baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa em cima do trio. Surge ainda o trio elétrico Marajós. Os blocos “Os internacionais” e “Os corujas” dividem a preferência da mídia e foliões no carnaval, revivendo os tempos de rivalidade entre os clubes Cruz Vermelha e Fantoches.

Em 1969, Caetano Veloso lança a música “Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”. Trio Tapajós lança no mercado fonográfico o primeiro disco gravado por um trio elétrico e vai ao Rio de Janeiro para reforçar o lançamento nacional da música. Em uma semana, a canção passa do sétimo para o segundo lugar nas paradas de sucesso e é apresentada no programa televisivo “A Grande Chance”. Grupo de amigos do bairro do Tororó cria o Apaches, que se tornaria a maior expressão de bloco de índios. Surgem as escolas de samba Juventude da Boa Viagem e Acadêmicos de Brotas.

Em 1967, Tapajós consagra-se tricampeão do Carnaval de Salvador, em concurso promovido pela Prefeitura. Governo municipal realiza novamente concurso para decoração das ruas no período momesco.

Em 1966, Trio elétrico Tapajós é aclamado bicampeão. É criada a escola de samba Diplomatas de Amaralina. A partir desse ano, as escolas de samba se tornam a principal atração do Carnaval de Salvador, com desfile com enredo e alas entre o Campo Grande e a Praça Municipal. Prefeitura institui a categoria Escolas de Samba no concurso oficial do Carnaval, até então os grupos concorriam como batucadas ou cordões.

Em 1965, Minitrio de Armadinho e Betinho volta a comandar o Carnaval de Salvador. Trio elétrico Tapajós consagra-se campeão. Folia ganha decoração de rua mais abrangente com aquisição de totens a partir da criação de concurso oficial pela Prefeitura. Com o tema “Uma lenda africana na Bahia”, vence o gravador Emanoel Araújo, o artista plástico Juarez Paraíso e o etnólogo e pesquisador Waldeloir Rego. Surge a escola Calouros do Samba.

Em 1964, Osmar resolve construir uma miniatura de trio elétrico em uma pick-up Ford F-1000. A engenhoca era destinada a seus filhos e aos filhos de Dodô, todos no máximo com 12 anos de idade. Trio elétrico Tapajós anima o Carnaval de Recife (PE), sob o patrocínio da Coca-Cola e do Departamento de Turismo do Recife. Nasce o bloco “Os corujas” no bairro de Santo Antônio, que desfilam com fantasias de arqueiros do rei e evidenciada bateria. Seus integrantes se reuniam na escadaria da igreja do Boqueirão para falar da vida dos outros e “corujar” as meninas, daí o nome dado ao bloco, que se torna o principal rival do “Os internacionais”. Também é criado o bloco Jacu por um grupo da Associação Atlética da Bahia, principal rival ao bloco Amigos do Barão.

Em 1963, Com o patrocínio da Refinaria Mataripe, trio de Dodô e Osmar volta a participar do Carnaval de Salvador: um carro alegórico, montado sobre uma carreta. Armandinho, com apenas 9 anos de idade, já é o solista do trio. No concurso oficial de trios elétricos promovido pela Prefeitura, o vencedor é o trio Tapajós, com uma nova carroceria totalmente metálica. Surge o bloco Amigos do Barão por iniciativa de um grupo de amigos do Bahiano de Tênis.

Em 1962, Mais uma vez não há a participação do trio de Dodô e Osmar. Por outro lado, estreia o trio Tapajós, desfilando pelas ruas centrais de Salvador. Nasce o bloco “Os internacionais”, com jovens do Barbalho e Santo Antônio, que desfilam com fantasia de um lençol amarrado ao estilo grego no corpo e uma rodela na cabeça. Rubinho dos Carnavais e Cristóvão Rodrigues são alguns de seus idealizadores. Também são criadas as escolas de samba Malandros em Mangueira e Unidos em Brandão.

Em 1961, Trio elétrico de Dodô e Osmar deixa de participar do Carnaval em virtude da morte do sogro de Osmar, Armando Costa, maior incentivador do grupo. Tapajós firma o primeiro contrato comercial com a Coca-Cola para animar as micaretas dos municípios baianos de Feira de Santana, Pojuca, Catu e Alagoinhas. Pela primeira vez, o carnaval é transmitido pela televisão – TV Itapoan destaca a passagem dos trios elétricos e a folia é considerada a maior de todos os tempos.

Em 1960, Trio elétrico Tapajós compra de Dodô e Osmar uma de suas carrocerias. Surge a Escola de Samba Politeama. Prefeitura de Salvador passa a promover concursos oficiais de música carnavalescas.

Em 1959, A convite do governo de Pernambuco, trio elétrico de Dodô e Osmar sai pela primeira vez da Bahia para tocar no Carnaval de Recife, com patrocínio da Coca-Cola. Bloco Mudança do Garcia surge oficialmente como crítica social e política no Garcia, onde se originara grandes afoxés, escolas de samba, batucadas, cordões e blocos de índio. Nasce de uma dissidência de outro bloco, mas sua história possui duas versões. A primeira teria sido criada pelo vereador Herbert de Castro, que vai às ruas com a comunidade com carroças puxadas por burros, panelas e penicos para protestar pela falta de água, luz e asfalto – desfile que sensibiliza a prefeitura a executar os serviços. Outra versão é o surgimento do bloco nas décadas de 20 e 30 e seu nome à alusão da expulsão de uma prostituta que havia se mudado numa segunda de Carnaval para a Rua do Baú.

Em 1958, Trio elétrico Dodô e Osmar ganha o patrocínio da Prefeitura de Salvador. Escolas Acadêmicos do Samba e Filhos da Liberdade são criados.

Em 1957, Trio elétrico Tapajós anima o Carnaval no Subúrbio Ferroviário. Escola Ritmistas do Samba é criado.

Em 1956, Surge o conjunto musical Tapajós (montado em uma caminhonete), primeiro seguidor e grande responsável pelo fato do trio elétrico, como estrutura física, ter se mantido e se expandido como fenômeno carnavalesco. Também é criada a escola de samba Filhos do Garcia, que mais tarde passaria a se chamar Juventude do Garcia. Prefeitura patrocina um trio para desfile da Rainha do Carnaval. Para promover o turismo, Prefeitura realiza, no Hotel da Bahia, o Baile do Galo Vermelho, maior festa de salão de todos os tempos, como abertura oficial do Carnaval de Salvador e convidados VIPs de todo o país.

Em 1953, Nasce Filhos do Tororó, considerada a mais antiga escola de samba de Salvador, apesar de alguns não concordarem. Os trios só se tornam expressão musical ao aproximar o folião de rua e músicos graças às empresas que os patrocinavam para suas construções. Até 1958, surgiria novos trios elétricos tocando em cima de caminhonetes como o Ipiranga, Cinco Irmãos, Conjunto Atlas, Jacaré (posteriormente chamado de Saborosa), Pilsen, Bahia, Coca-cola, Rádio América, Paturi (Feira de Santana/BA).

Em 1952, Fábrica de refrigerantes “Fratelli Vita” decide patrocinar o trio elétrico de Dodô e Osmar e a dupla abandona a velha fobica e passa para um veículo grande, colocando nele oito alto-falantes, corrente elétrica de geradores e iluminação com lâmpadas fluorescentes. Patrocínio permaneceria até 1957 – época em que o trio elétrico de Dodô e Osmar apresentaria nas ruas centrais de Salvador e animaria carnavais fora de época no interior do Estado. Filhos de Gandhy se assume afoxé, com a introdução de rituais a Exu, Xangô como seu orixá patrono e o símbolo de elefante. O bloco traz para o Carnaval de Salvador a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua iorubá – o que se tornaria o maior afoxé da folia, formando um verdadeiro manto branco por onde passa com seus turbantes, perfumes de alfazema e colares de contas azul e branco.

Em 1951, Dupla Dodô e Osmar resolve convidar o amigo e músico Temístocles Aragão para formar o que se chamaria de trio elétrico. O nome vai ganhando fama, fazendo com que, nos anos seguintes, as pessoas ouvissem o som eletrizante e dissessem: “Lá vem o trio elétrico”. Bloco Filhos de Gandhy passa a admitir foliões de outras classes de trabalhadores, mas sem uso de bebidas alcoólicas, além de incorporar os símbolos da cabra (vida) e do camelo (resistência) ao seu desfile. As mulheres formam um grupo de apoio ao Gandhy.

Em 1950, Após observarem o desfile da famosa “Vassourinha”, entidade carnavalesca de Pernambuco que tocava frevo na Rua Chile, e empolgados com a receptividade do bloco, Dodô e Osmar resolvem restaurar um velho Ford 1929, conhecido como fobica. Na oficina mecânica de Osmar, é decorada com vários círculos coloridos (confetes) pintados e duas placas em compensado no formato de violão com os dizeres “Dupla Elétrica”. Com formação em Radiotecnia, Dodô monta uma fonte ligada à corrente de uma bateria de automóvel, que alimenta a carga para o funcionamento dos alto-falantes instalados na fobica. E assim, em plena tarde do domingo de Carnaval, a dupla sobe a Ladeira da Montanha em direção à Praça Castro Alves e Rua Chile em cima da fobica decorada e eletronicamente equipada, arrastando milhares de pessoas.

Em 1949, Bloco Filhos de Gandhy é fundado por estivadores portuários em homenagem ao líder pacifista indiano Mahatma Gandhy, assassinado no ano anterior. Formado exclusivamente por homens, o bloco não se denomina afoxé, sem vínculos com terreiros de candomblé e tem como seu repertório musical marchas e samba. Afoxé Filhos do Congo desfila pela última vez após problemas de saúde dos seus diretores, reaparecendo após 30 anos com o mesmo nome na Baixa do Curuzu.

Em 1946, Herdeiros do bloco Congos D’África do século XIX, afoxé Filhos do Congo reaparecem na Avenida, vinculados ao terreiro do Engenho Velho de Brotas. São criados ainda os afoxés Lordes Ideais (do terreiro Bate-folha, em Pau Miúdo) e Filhas de Oxum – iniciativa de Joana de Ogum, filha de santo de Julia Bugã.

Em 1942, Dodô e Osmar conhecem – no concerto do violonista clássico Benedito Chaves (RJ), no Cine Guarani, o “violão eletrizado” – um violão comum, importado e com um captador inserido à sua boca. Apesar do instrumento ser muito primitivo e possuir microfonia, Dodô constrói em poucos dias um violão igual ao do violonista carioca para ele e um cavaquinho para Osmar e começam a se apresentar como “Dupla Elétrica”. Como persistia a microfonia, Dodô resolve esticar uma corda de violão sobre a sua bancada de trabalho e prendê-la nas extremidades e, sob a corda, coloca um microfone preso à bancada. Quando a dupla liga o microfone, algo inacreditável acontece: um som limpo, que parecia até o de um sino. O “cêpo maciço” evitava o fenômeno da microfonia e assim, com o nome de pau elétrico, nasce a guitarra baiana.

Em 1938, Adolfo Antônio do Nascimento (Dodô) e Osmar Alvares Macedo (Osmar) se conhecem em um programa de rádio em Salvador. Dodô fazia parte do grupo “Três e Meio” – conjunto musical criado na década de 30 por Dorival Caymmi, que animava algumas festas e reuniões de fim de semana, e se apresentava nas estações de rádio. Além de Dodô e Caymmi, o grupo era formado por Alberto Costa, Zezinho Rodrigues, mas com a saída de seu idealizador, Osmar passa a ser integrante.

Em 1935, Nasce o bloco Troça Carnavalesca Pai Burokô, a semente de um dos mais tradicionais afoxés da história do Carnaval de Salvador e vinculado ao terreiro AxéOpô Afonjá, de Mãe Aninha, em São Gonçalo do Retiro. O bloco se apresentaria no Carnaval de Salvador em 1942, até 1982.

Em 1912, Município de Jacobina promove a primeira folia fora de época na Bahia. Dois anos depois, Salvador também iniciaria a realização de micaremes (assim denominadas pelos soteropolitanos). A festa acontecia em meio a quaresma, quando a chuva atrapalhava os defiles dos dias de momo. O nome micareta surgiria apenas em 1935, através de um concurso promovido pela Associação dos Cronistas Carnavalescos com apoio da Associação Baiana de Imprensa (ABI).

Em 1904, Outro afoxé rompe o compromisso de apenas se apresentar na Baixa dos Sapateiros, Taboão, e Pelourinho e sobe para Barroquinha e Ladeira de São Bento, gerando protestos em que se lastima a quebra do pacto não escrito da divisão espacial de classes e de ritmos na folia. No ano seguinte, seria assinada uma portaria da polícia exigindo o registro dos clubes para desfilar no Carnaval de Salvador, mais uma tentativa de impeder o desfile de afoxés – a primeira foi em 1902.

Em 1900, Dissidentes do Cruz Vermelha fundam o clube carnavalesco “Os Inocentes em Progresso” – nome inspirado em um bando de meninos que passavam no local cantando e tocando em latas.

Em 1895, Primeiro afoxé é organizado por negros nagôs, denominado Embaixada Africana, que desfila com roupas e objetos de adorno importados da África. No ano seguinte, surge o segundo afoxé, o Pândegos da África, organizado também por negros. Os grupos representam casas de culto de herança africana e saem às ruas cantando e recitando sequências de músicas e letras. Os afoxés exibiam-se na Baixa dos Sapateiros, Taboão, e Pelourinho, enquanto os grandes clubes desfilavam em áreas mais nobres.

Em 1894, Carnaval de Salvador permanece eminentemente da elite dos clubes Cruz Vermelha, Fantoches e outros, que desfilam pelas ruas e frequentam os bailes dos teatros São João e Politeama. População menos favorecida continua a fazer apenas algumas manifestações.

Em 1892, É introduzido no Carnaval do país, o uso de confetes e serpentinas. Os confetes são usados em retalhadas entre algumas entidades carnavalescas da época, e as serpentinas chegam para substituir as flores atiradas aos carros alegóricos.

Em 1886, Negociantes resolvem não mais abrir o comércio na terça-feira de Carnaval. Os presidentes dos grandes clubes reúnem-se na Associação Comercial para estudar um itinerário único para todos os préstitos. Dois anos depois, a cidade teria um dos carnavais mais famosos, com a produção de um baile em conjunto entre os clubes Cruz Vermelha e Fantoches, que desfilam sobre chuvas de rosas. O Carnaval já se tornara uma verdadeira atração, uma realidade conseguida com muita luta e anos de esperança e já se pode afirmar que vencera definitivamente o Entrudo.

Em 1885, Disputa entre os dois clubes intensifica. Diário de Notícias, jornal mais influente da época, publica um anúncio de um quarto de página, a pedido do Cruz Vermelha, descrevendo sua passeata. Fantoches reage publicando o seu programa de festas em três colunas. O carro-chefe do Cruz Vermelha apresenta “A Fama” e o Fantoches, “A Europa”. Desfilam também outros clubes, como Saca Rolhas, Cavalheiros de Malta, Clube dos Cacetes e Grupo dos Nenês – todos representantes da classe média. Os vencedores do concurso de desfiles são determinados pela imprensa através dos aplausos da população. O Cruz Vermelha, mais popular, sempre venceria, pois o Fantoches, mais ligado à aristocracia, tinha uma torcida bem menor.

Em 1884, O ano é considerado marco decisivo para o Carnaval de Salvador. Embora já com considerável porte (principalmente nos salões), inicia-se a organização dos festejos e desfiles de clubes, corsos, carros alegóricos, com intensificada participação popular e aclamação do carnaval de rua. Criado em 1º de março de 1833, o Clube Carnavalesco Cruz Vermelha passa a desfilar com cortejo de rapazes e moças e presença de carro alegórico. Com tema “Crítica ao Jogo de Loteria”, cortejo sai do Comércio, sobe Ladeira da Montanha, passando pela Barroquinha, ruas Direita do Palácio (Rua Chile), Direita da Misericórdia e Direita do Colégio, até o Politeama de Baixo. Clube Carnavalesco Fantoches da Euterpe é fundado por Antonio Carlos Magalhães Costa (bisavô de ACM), João Vaz Agostinho, Francisco Saraiva e Luís Tarquínio. 

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